Número de diretores espirituais presentes em Brasília surpreende
O número de bispos e padres presentes no XXII Congresso Nacional do ECC surpreendeu: o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello, foi quem fez a observação. Ele esteve no Colégio Militar de Brasília, neste sábado (13), para presidir a missa de abertura no segundo dia de evento e louvou a presença de 242 padres e 21 bispos.
A vigésima terceira edição do Congresso, em Brasília reuniu 356 casais dirigentes regionais, arquidiocesanos e diocesanos, além dos 263 diretores espirituais regionais, arquidiocesanos e diocesanos (bispos e padres) e ocorreu de 12 a 14 de Julho.
Capital maranhense é eleita sede do próximo Congresso Nacional do ECC, a vigésima terceira edição
Escolhida na XXII Assembleia Nacional do ECC, por diretores espirituais e casais arquidiocesanos, a cidade de São Luís (MA) será a sede do XXIII Congresso Nacional do ECC, a ser realizado em julho de 2023.
A capital maranhense disputou com Londrina (PR), que também se apresentou como candidata a sediar o encontro. São Luís recebeu 304 votos e foi anunciada sede do próximo evento, no último dia do XXII Congresso Nacional, neste domingo (14), em Brasília.
Padre Julien Masson levou o ECC para Montreal e tem planos de traduzir os documentos para dois idiomas
Padre Julien Masson é canadense, mas passou 49 anos da vida sacerdotal no Brasil – serviu nos estados de São Paulo, Pernambuco, Ceará e Paraíba. Há cinco anos, voltou para Montreal para continuar a missão. Além do calor brasileiro, ele levou para o país natal a experiência do Encontro de Casais com Cristo (ECC).
O primeiro Encontro foi realizado em 2018 com 20 casais brasileiros. Neste ano, há previsão de mais uma edição em português e, em 2020, todo o material será traduzido para o francês. O objetivo é atrair os canadenses.
Fazer o ECC em inglês também está entre as intenções do padre, que vê neste serviço uma esperança para ajudar os casais a assumirem a vocação de cristãos. “O clima não é favorável no Canadá. Mas a gente acredita que, começando, as pessoas vão ver e aí desabrochar”, aposta.
“Cinquenta anos não são cinco”, destaca o padre, para explicar que o ECC faz muito bem para as comunidades.
Diretor espiritual do ECC da Arquidiocese de Montreal, Padre Julien tem tocado os trabalhos juntamente com o casal Cícero e Simone. Eles têm ligação direta com a Secretaria Nacional do Brasil e vieram ao Congresso para partilhar as experiências e os frutos canadenses que o ECC produziu.
Alteração aprovada em assembleia reforça a necessidade de se preservar o ECC
Um dos propósitos do Congresso Nacional do ECC é deliberar sobre mudanças no serviço de evangelização. Na noite deste sábado (13), diretores espirituais e casais regionais e arquidiocesanos participaram da Assembleia Nacional, presidida pelo assistente do Conselho Nacional, Dom Adair José Guimarães, para discutir uma alteração no Documento Nacional, que rege as diretrizes do Encontro. Reforçar sobre a importância de se guardar sigilo dos testemunhos e das mensagens em todas as etapas foi a principal mudança aprovada pelos 442 presentes.
A necessidade de se preservar o ECC é imprescindível em tempos de mídias sociais, conforme deliberou a assembleia. Assinalou-se no documento que está expressamente proibido postar ou divulgar fotos e vídeos na internet ou quaisquer outras mídias, antes, durante e após o Encontro.
A alteração já está em vigor, conforme os casais da Secretaria Nacional – Eddie e Maria Luiza e Bandeira e Cleide, que, junto com Dom Adair, coordenam a assembleia.
Para se fazer uma alteração no documento, é preciso passar por várias etapas. Geralmente, a demanda surge nas paróquias, são encaminhadas aos conselhos setoriais, diocesanos e regionais, para, depois, seguir para o Conselho Nacional.
No fim da reunião, Dom Adair pregou cuidado aos dirigentes presentes. “É preciso ter zelo pelos documentos do ECC”, disse, ao referir-se aos arquivos históricos do Encontro.
Assistente eclesial nacional do ECC e bispo de Formosa (GO), Dom Adair José Guimarães é referência espiritual do serviço de evangelização. Ele explica que, dentro do projeto da igreja de evangelizar, o ECC é primordial, na medida em que cria o espírito comunitário e missionário para a família. “Nós cremos na vida, cremos na família, cremos no matrimônio”.
Como tem sido esse trabalho como assistente eclesial nacional do ECC?
A igreja crê no ECC, crê na sua missão. É um trabalho grande, não é fácil; nós temos que atuar em todo o território nacional. Mas é um trabalho organizado, o ECC tem o documento de ordenamento prático para a efetivação das três etapas; tem um conselho, que é formado por um casal e um sacerdote de cada uma das regionais da CNBB em todo o Brasil. As dioceses também participam dos conselhos regionais, e o bispo atua ainda com os dois casais da Secretaria Nacional, que fazem um trabalho na parte de organização do patrimônio e do parque gráfico – temos um parque gráfico sobejo, é muito material produzido para todo o Brasil, e a finalidade é evangelizar as famílias.
Qual a pertinência de discutir “Evangelização, Formação e Missão a caminho dos 50 anos” no Congresso?
A igreja existe para evangelizar. Paulo VI, na sua carta Evangelii Nuntiandi, de 1975, já dizia isso. Nossa missão nesse mundo é servir a Deus, preparar a nossa salvação, inaugurada no evento da cruz pelo nosso Senhor Jesus Cristo. Cinquenta anos é um tempo tão curto dentro do grande tempo de Deus, mas é o tempo em que o ECC foi plantando, no chão dessa pátria, a esperança de salvar a família. Nós cremos na vida, cremos na família, cremos no matrimônio e cremos com muita esperança que o Brasil ainda vai ser um país digno do nome: Terra de Santa Cruz.
Nesse contexto, qual a importância do ECC nessa missão?
O ECC cria esse espírito comunitário e esse espírito missionário para que a família possa ter umv papel extremamente importante dentro do processo de evangelização permanente na nossa sociedade.
Espécies típicas da Região Centro-Oeste foram temas dos grupos no Congresso
Espécies típicas do Cerrado ilustraram os círculos do XXII Congresso do ECC. Oportunidade para retratar a Brasília cheia de natureza, que ainda é desconhecida da maioria dos brasileiros. Ipê Amarelo, Pau Rosa, Baru, Umburuçu, e por aí vai…
Museu a céu aberto, a capital do País tem muita história, cultura, desenvolvimento e vida, além da Esplanada dos Ministérios. Está cercada de chapadas, cascatas, cachoeiras e corredeiras; e de uma beleza especial, cheia de cores e espécies.
Os grupos se reuniram em três momentos durante dois dias do Congresso e discutiram, no primeiro e segundo círculos, sobre as duas primeiras etapas do ECC; e, no terceiro, acerca de documentos da Igreja Católica. Os textos levaram casais dirigentes e diretores espirituais a refletir sobre a missão de cada um dentro do serviço.
ENTREVISTA ~ DOM SÉRGIO DA ROCHA – ARCEBISPO DE BRASÍLIA
Foi Dom Sérgio da Rocha, cardeal arcebispo de Brasília, quem deu as boas vindas aos congressistas na primeira noite do evento. Manifestou alegria por receber o Congresso no ano jubilar dos 60 anos da Arquidiocese de Brasília e quando o ECC está prestes a completar 50 anos de serviço à Igreja Católica. “A palavra ‘jubileu’ significa alegria que vem de Deus”, disse.
Qual a importância do lema do Congresso, assunto da sua palestra para casais e diretores espirituais do ECC?
Toda a Igreja é chamada a ser missionária, a evangelizar. O ECC é um serviço valioso na vida das comunidades paroquiais e, neste Congresso haverá um estímulo ainda maior para que os casais sejam evangelizadores, missionários, não só atuando na comunidade, colaborando na evangelização das famílias e sendo sal da terra e luz do mundo.
Brasília é escolhida para sediar o Congresso no ano jubilar em comemoração aos 60 anos da Arquidiocese e às vésperas de o ECC fazer 50 anos…
É motivo de grande alegria e gratidão a escolha de Brasília. É sempre uma graça de Deus poder acolher irmãos que vêm aqui participar de momentos tão especiais quanto esse Congresso. É claro que, ao celebrar um jubileu, essa alegria se torna maior. A palavra ‘jubileu’ significa alegria que vem de Deus, que vem do reconhecimento do amor de Deus presente nestes 50 anos de história do ECC e também a alegria de reconhecer a dedicação generosa de tanta gente ao longo deste tempo. A alegria é multiplicada porque também celebramos o jubileu de 60 anos da Arquidiocese.
Que mensagem o senhor deseja que os congressistas levem de Brasília?
Em Brasília, temos uma Igreja viva, que é uma grande família, que vive da fé. Gostaria muito que aqueles que participam do Congresso possam levar essa experiência de uma família acolhedora e que vive do amor fraterno. Eu penso que a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida (que percorreu todas as regiões do Brasil antes do Congresso) já fala muito. Que a imagem da Virgem Santíssima na Catedral de Brasília seja levada no coração e na vida das famílias.
Logomarca do Congresso reúne a família em oração, sob a proteção de Nossa Senhora
O desenho arquitetônico da capital federal, a figura da família orante, a imagem de Nossa Sexnhora Aparecida e os traços da Catedral Metropolitana de Brasília se unem para formar a logomarca do XXII Congresso Nacional do ECC.
A Igreja em saída, em missão, é retratada com a imagem apontando para todos os lados; o azul claro do “avião” simboliza a cor do belo céu da capital.
A família ajoelhada representa o leigo, que ajuda na construção da Igreja e da sociedade, sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, de Brasília e do Congresso.
Igreja Mãe, a Catedral Metropolitana de Brasília está no centro, com as colunas parabólicas que se unem para repousar a cruz, símbolo da Igreja Católica, memória da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte.
Na abertura do segundo dia do Congresso, Dom Giovanni D’Aniello traz mensagem do Papa Francisco
O segundo dia do XXII Congresso Nacional do ECC começou com a Santa Missa, presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello, representante do Vaticano no Brasil. Em sua pregação, ele trouxe a mensagem do Papa Francisco às famílias, “igreja doméstica, formadora de pessoas, educadora na fé”:”A família, diz o Papa, é o farol que vem irradiar a alegria do amor de Deus no mundo, através de pequenos gestos de bondade na rotina diária.”
O ECC atua na evangelização do matrimônio e da família, lembrou Dom Giovanni, para quem o serviço de evangelização da Igreja Católica se torna ainda mais importante na sociedade atual. “Hoje, a família parece estar perdendo cada vez mais a função de fundamento de uma sociedade sólida e bem estruturada”, explicou.
Neste contexto, a relação com as redes sociais, disse o Núncio Apostólico, deve ser levada em consideração, já que é “ponto crucial” nos tempos atuais. “O Papa diz que (as redes sociais) podem ser benéficas, se usadas com moderação e prudência, mas não devem se tornar uma ameaça à rede de relacionamentos pessoais. Não devemos ficar aprisionados em uma realidade virtual e deixar de lado as relações próprias e interpessoais que são a expressão do amor divino em uma família”, anunciou.
Dom Giovanni rogou para que o Encontro de Casais com Cristo seja “sempre capaz de comunicar aos outros a beleza de se ter uma família amada por Deus.”
Na abertura do Congresso, D. Sérgio conclama as pessoas a saírem juntas em missão
Festiva foi a abertura do primeiro dia do XXII Encontro Nacional do Encontro de Casais com Cristo, na noite desta sexta-feira (12), em Brasília. Da costumeira apresentação das regiões, todas representadas, até o momento de oração, lúdico e significativo. Foi o arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Sérgio da Rocha, quem deu as boas-vindas aos quase mil congressistas que lotaram o auditório do Colégio Militar de Brasília.
O Cardeal classificou o ECC como um “serviço valioso” para a Igreja. O lema do Congresso – “Ide e fazei discípulos meu (Mt 28, 19)” – norteou a fala dele, que exortou a todos a fazerem sua parte: “O ‘ide’ de Jesus é para todos”. E em comunhão. “Por que juntos? Porque junto a gente se anima, junto a gente se ajuda”, disse.
Os casais, destacou Dom Sérgio, são chamados a servir como casais. E esse trabalho começa na própria família e nos ambientes em que vivem. “Nao é com o microfone na mão que anunciamos o Evangelho, fazemos isso no dia a dia da vida”, explicou.
Os frutos do serviço pelo Reino vêm do Senhor, lembrou o Cardeal. “Quem se dispõe a servir, a trabalhar anunciando o Evangelho, precisa se dedicar muito. Mas o resultado é dom de Deus; os frutos é Deus quem dá; é Ele quem torna fecundos os trabalhos”, pregou o Arcebispo.
IMAGEM PEREGRINA
Dom Sérgio da Rocha destacou que, durante a preparação para o Congresso, Nossa Senhora Aparecida, peregrinou por todo os cantos do País, fazendo o que pede o Papa Francisco, que insiste no conceito de “Igreja em saída”. “Precisamos ir ao encontro de quem precisa de nós”, exortou o Cardeal.
Nossa Senhora, disse o Arcebispo, se tornou missionária. “Temos que imitar Nossa Senhora”, reforçou Dom Sérgio, ao lembrar três campos que devem nortear a evangelização: o cuidado pastoral com quem já está na igreja; não existe caso perdido; precisamos ser continuamente formados.